Inovação disruptiva – o que é e como pode ser útil em seu negócio

por | jul 23, 2018 | Empreendedorismo e Gestão

Imagem de uma rua movimentada com várias pessoas atravessando a rua, destaque para um homem, dele saem setas, que representam a inovação disruptiva.

A palavra mágica da vez do linguajar tecnológico-corporativo é DISRUPÇÃO, ou tecnologia disruptiva, ou ainda inovação disruptiva. Com certeza você já deve ter ouvido alguém falando este termo. Ou até leu em algum artigo jornalístico ou em outros posts blog.

Popular entre os jovens e empreendedores do Vale do Silício, o termo inovação disruptiva é usado atualmente em muitos contextos e desnexos também.

“Muito frequentemente, as pessoas usam o termo [inovação disruptiva] de forma pobre, para construir um conceito de inovação que dê suporte às suas ideias.”

Clayton Christensen; Michael Raynor; Rory McDonald | What is Disruptive Innovation? – 2015

Por isso, eu lhe pergunto: você sabe o que é a inovação disruptiva e como ela pode ser útil para você e seu negócio?

Senta que lá vem a história

Apesar de ter se popularizado no Vale do Silício, a inovação disruptiva não foi criada por lá. O termo foi cunhado pelo professor de administração Clayton Christensen, da Harvard Business School.

Em 1995 o professor Christensen publicou um artigo chamado Disruptive Technologies: Catching the Wave e trouxe à tona o conceito de disrupção tecnológica.

Fotografia de Clayton Christensen.

Clayton Christensen – criador do termo inovação disruptiva

Passados dois anos, em 1997, Christensen lançou o livro The Innovator’s Dilemma: When New Technologies Cause Great Firms to Fail (o título é encontrado em português como: O Dilema do Inovador). Momento este em que abre seus pensamentos e articula sobre a inovação disruptiva e seus afluentes.

Depois de vinte anos desde a sua primeira publicação, o professor Christensen, juntamente com Rory McDonald e Michael Raynor, publica um novo artigo, What is disruptive innovation?, para a revista Harvard Business Review.

Os autores revisam a teoria original e a atualizam. Utilizam exemplos reais de empresas que fizeram e estão fazendo inovações tecnológicas disruptivas. Além de fazerem uma crítica ao uso descomunal e sem nexo da palavra disrupção.

Mas, o que significa disrupção, afinal de contas?

De acordo com Clayton Christensen e os colaboradores de suas publicações, existem dois tipos de inovação: a sustentadora e a disruptiva.

A inovação sustentadora é quando empresas apostam em melhorias de produtos ou serviços para reafirmar sua liderança.

Já a inovação disruptiva é quando uma organização apresenta um produto mais simples, acessível e mais barato aos consumidores. Atendendo um público que, até então, não tinha acesso ao mercado.

Também pode ser considerado o fenômeno, ou o momento, em que uma inovação transforma um mercado ou setor existente através da introdução de uma solução simples, conveniente e com acessibilidade a públicos que antes não tinham acesso ao produto ou serviço, redefinindo assim, os padrões e a indústria.

“É importante lembrar que a ruptura é uma força positiva. Inovações disruptivas não são avanços de tecnologias que fazem bons produtos melhores; ao contrário, são inovações que tornam os produtos e serviços mais acessíveis e baratos, tornando-os disponíveis a uma população muito maior. ”  

Clayton Christensen

A ideia de inovação disruptiva apresenta produtos e serviços totalmente inovadores, surgidos na base da pirâmide do mercado que, em pouco tempo, crescem fortemente na escala de valor e ultrapassam os tradicionalmente estabelecidos.

Os consumidores migram em massa do modelo tradicional para o modelo inovador disruptivo – a empresa criadora da solução ganha escalabilidade e floresce no mercado. E assim, as corporações que antes abocanhavam a maior parte do mercado perdem espaço e são consideradas ultrapassadas.

A inovação disruptiva, também, pode criar novos mercados, revelando diferentes categorias de consumidores que, anteriormente, não eram consideradas existentes.

Davi x Golias

Davi x Golias. Esta é uma das analogias mais usadas para descrever empresas disruptivas (Davi) e as grandes e tradicionais corporações (Golias).

É quando o menor, considerado menos experiente e fraco, ganha corpo e ultrapassa os limites impostos pelos ditos padrões e culturas enraizadas do maior.

Exemplos de empresas que utilizam a inovação disruptiva:

A Fast Company – que é uma publicação norte-americana com foco editorial em inovação em tecnologia, liderança e design – anualmente traz um ranking com as empresas mais inovadoras. Veja o ranking de 2017 e exemplos do que fizeram:

1º lugar – Amazon: esta sempre inovando para trazer as melhores experiências para seus clientes, desde o início de suas operações.

2º lugar – Google: o novo projeto do Google, chamado Tango, visa medir o espaço físico sem a necessidade de GPS ou outros sinais externos, colocando toda a tecnologia dentro de um dispositivo móvel. O Tango permite que a realidade aumentada possa acontecer em qualquer tipo de lugar, como na sua casa.

3º lugar – Uber: depois de revolucionar a maneira como as pessoas usavam táxis e motoristas ganhavam dinheiro com esta profissão, gerando até protestos em várias partes do mundo, agora a companhia está investindo na pesquisa sobre carros autônomos.

4º lugar – Apple: recriar-se a cada instante. Sua mais nova investida é trazer a IA para o dia a dia das pessoas de uma forma útil.

5º lugar – Snap: a companhia que criou o Snapchat conseguiu o que muitos duvidavam: criar uma nova rede social que realmente trouxesse algo de novo (disruptivo), se diferenciando das demais pelo fato das mensagens “desaparecem” pouco depois de publicadas.

6º lugar – Facebook: desenvolver algoritmos que apresentam os anúncios certos, na hora certa, para os clientes certos.

7º lugar – Netflix: fazer a experiência de assistir filmes, seriados, documentários e outros programas na TV totalmente diferente do que era antes de seu surgimento.

8º lugar – Twilio: é uma plataforma de comunicação em nuvem que vende um conjunto diversificado de serviços para ajudar os desenvolvedores de softwares a programar mensagens de voz e vídeo em aplicativos, com escala e nível de serviço excelente, por uma fração do custos e em muito menos tempo que os equipamentos concorrentes.

9º lugar – Chobani: a Chobani é uma marca de iogurtes tipo grego com enorme sucesso nos Estados Unidos. A inovação? Conseguir produzir em escala industrial um iogurte com todas as características de frescor e sabor do verdadeiro iogurte grego.

10º lugar – Spotify: mudar a maneira como as pessoas ouvem música e, principalmente, arquivam seus áudios preferidos, abolindo o CD e o DVD da realidade de muitos consumidores.

A inovação disruptiva no mundo dos negócios

Uma maneira de você começar a ser disruptivo é ouvindo as necessidades dos seus clientes. Por meio do feedback você pode usar a sua sensibilidade e senso crítico para ver o que os outros ainda não estão vendo. Percebendo a criação de soluções inovadoras e fora da curva padrão.

→ Se você ainda não viu a nossa publicação Seu cliente é o pote de ouro do final do arco-íris, dê um clique e saiba mais sobre o poder da pesquisa de nível de satisfação do cliente e como ela pode te ajudar neste processo e, assim iniciar a construção de uma inovação disruptiva.

De certo modo, ouvir os clientes faz com que você perceba aquilo que falta em seu outsourcing de impressão. E criando uma solução inovadora e disruptiva, além de oferecer melhorias na sua prestação de serviço, você está agregando valor à sua marca.

Além de ouvir o seu cliente, para se ter uma inovação disruptiva é preciso estar atento às tendências do mercado e sair da tal zona de conforto e experimentar fazer coisas um pouco diferentes do habitual de seu outsourcing de impressão.

Por fim, mas não menos importante, compartilho contigo a receita para inovar de forma disruptiva, segundo o brasileiro, professor da Harvard Business School, Thales Teixeira.

Thales, em entrevista para a Revista NoVarejo, ressalta que “a receita não vai garantir o sucesso, mas aumenta as chances de alcançá-lo”.

Receita para inovar de forma disruptiva:

  1. Identifique a cadeia de valor;
  2. Mapeie todas as atividades até chegar à compra, aquisição e desuso;
  3. Identifique o tipo de atividade que acontece nesse serviço;
  4. Ache o elo mais fraco a ser desacoplado;
  5. Aumente o esforço da especialização na etapa escolhida;
  6. Antecipe a resposta competitiva.

Selecionei alguns vídeos para você continuar aprendo mais sobre a inovação disruptiva:

  • Clayton Christensen  fala sobre o conceito da inovação disruptiva por ele criado. O vídeo está em inglês e não tem legenda em português.

  • Vídeo da VOS – Vários Olhares Singulares, em português, resume de forma bem didática o conceito da inovação disruptiva.

Autor

Coordenadora de Comunicação e Marketing na PrintWayy