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Enquanto faço a escrita desse post (segunda semana de fevereiro/25), passo por uma onda de calor aqui em Santa Catarina, as temperaturas nesta semana ultrapassaram os 30 graus (acredite, na serra, isso é bastante!), além da baixíssima umidade do ar.
Pelos jornais, vejo que todo o país está em situação parecida, os recordes de temperatura já fazem parte das notícias, como a manchete da AgênciaBrasil, que destaquei aqui embaixo:
E todo esse calor pode vir, ainda, acompanhado de tempestades que afetam grande parte da população. No ano passado, tivemos chuvas devastadoras aqui pertinho, no Rio Grande do Sul.
Quase todos os dias, os alertas da Defesa Civil enviados por mensagem apitam no celular, é um aglomerado de situações que levam ao aumento significativo da ansiedade climática (ou ecoansiedade).
O termo, segundo a Fiocruz, foi descrito primeiramente em 2017 pela Associação Americana de Psicologia e agora faz parte do vocabulário mundial, relacionando-se à preocupação com as mudanças climáticas que nos afetam e deixam angustiados em relação aos eventos climatológicos futuros.
Os efeitos da ansiedade climática na sociedade
95,4% dos brasileiros estão cientes de que as mudanças climáticas estão acontecendo, esses são dados da pesquisa Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil, que entrevistou 1.931 pessoas acima de 16 anos em todas as regiões do país.
Também relacionado ao clima, foi perguntado sobre as causas (ação humana, mudanças naturais do meio ambiente ou não sabem responder) e seus impactos, sendo que neste último quesito, 60% considera que estamos em grave perigo:

Fonte: Estudo “Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil – 2023”.
Ter o conhecimento de tudo o que está acontecendo relacionado ao clima é importante, mas a grande quantidade de informações que somos expostos diariamente (vide a infoxicação) pode realmente desencadear os sintomas de ansiedade.
Em uma matéria publicada pela Yale Sustainability (em inglês), os pesquisadores Anthony Leiserowitz (fundador e diretor do Programa de Comunicação sobre Mudanças Climáticas de Yale e cientista sênior de pesquisa na Escola de Meio Ambiente de Yale) e Sarah Lowe (psicóloga clínica e professora associada no Departamento de Ciências Sociais e Comportamentais da Escola de Saúde Pública de Yale) foram entrevistados e discutiram sobre o que é (e o que não é) a ansiedade climática, e porque um pouco de preocupação com ela pode ser algo positivo.
Ao serem questionados sobre a definição do termo, Lowe relatou que:
“É a angústia em relação às mudanças climáticas e seus impactos na paisagem e na existência humana. Isso pode se manifestar como pensamentos intrusivos ou sentimentos de aflição sobre desastres futuros ou o futuro a longo prazo da humanidade e do planeta, incluindo o destino de seus próprios descendentes.”
No entanto, Leiserowitz salientou que preocupação não é o mesmo que ansiedade – estar preocupado com o aquecimento global é algo positivo, pois a preocupação, segundo ele, como emoção é um motivador.
“Se você se preocupa com algo, sente-se motivado a buscar soluções. […] O problema surge quando essa preocupação se torna esmagadora e debilitante, impedindo a pessoa de viver sua vida. Nesse caso, trata-se de um diagnóstico sério.”
Sobre as formas que se pode lidar com a ansiedade climática, a entrevista destaca que há uma diferença entre se informar com os fatos e artigos a ficar vendo imagens devastadoras, por exemplo, é ideal estabelecer limites para o consumo de notícias.
Além disso, as recomendações usuais incluem sair para caminhar, fazer exercícios, se alimentar bem, meditar e conversar com amigos, já que essas são ações que nos tornam mais resilientes como seres humanos.
“Agir em relação às mudanças climáticas é, de fato, uma das formas mais poderosas de combater a desesperança e a sensação de impotência. Faça algo — não sozinho, mas como parte de um grupo.”
O que está ao nosso alcance?
Não há soluções milagrosas nesse sentido, mas cada um pode continuar fazendo a sua parte, tanto individualmente, quanto em conjunto na sua comunidade.
Procure reduzir a sua pegada de carbono, praticando um consumo mais consciente, e participe de atividades junto a grupos e organizações, além de compartilhar informações (buscando sempre a veracidade) que eduquem os demais acerca do tema.
Você pode ainda apoiar negócios sustentáveis, que se preocupam de fato com o meio ambiente, e também criar grupos de discussão e apoio à causa.
Mesmo que as nossas atitudes pareçam pequenas, considerando que esse é um assunto extenso e que envolve políticas públicas, é importante nos mobilizarmos de alguma maneira.
Para saber mais: o episódio “O que é ansiedade climática?” produzido pelo podcast Mamilos, levou convidados como ativistas, cientistas e pesquisadores para a conversa, esclarecendo o tema e trazendo ele para a realidade que vivemos no Brasil. Vale o seu play!
No Blog da PrintWayy, disponibilizamos vários artigos relacionados à temática Sustentabilidade e Meio Ambiente. Fiz uma curadoria e deixei dois dos meus favoritos indicados logo abaixo, pra você seguir a leitura, mas conferindo a categoria, poderá encontrar os demais publicados.