Atualmente, vivemos em um mundo linear, onde existe a retirada da matéria prima, sua transformação, e logo após isso, o descarte. E, o conceito abordado pela economia circular, surgiu para alterar esse padrão.
Nela, se vê a fabricação e o consumo de produtos de maneira cíclica, estendendo assim a sua vida útil, propondo a utilização até que haja o esgotamento.
Com isso, se entende que estará sendo utilizado a matéria prima sem que haja o descarte precoce, por exemplo, o qual prejudica o meio ambiente, gerando uma quantidade exagerada e desnecessária de lixo.
Essa é uma atitude que precisa estar presente muito antes da aquisição do produto feita pelo cliente, tendo a premissa desde a fabricação. Eles precisam ser produzidos para se tornarem resistentes, adaptáveis, e possíveis de serem reciclados.
Tal fato possibilita que o descarte ocorra quando não há qualquer outra maneira de ser reaproveitado.
No vídeo abaixo, produzido pela Ellen MacArthur Foundation – fundação que possui a missão de acelerar a economia circular, há uma breve apresentação do tema e, como podemos repensar o futuro, com criatividade e inovação:
A fundação ainda dispõe quais são os 03 princípios que ela é baseada:
1. Eliminação de resíduos e poluição desde o início da produção;
2. Manutenção dos produtos e materiais em uso;
3. Regeneração dos sistemas naturais.
O outsourcing de impressão vem ao encontro dessa economia, já que o aluguel de um bem faz com que ele seja utilizado mais vezes, dessa maneira diminuindo a compra desnecessária de equipamentos, os quais seriam usados apenas por uma empresa, aumentando o ciclo de vida do produto.
Formas que a economia circular pode ser aplicada
Dos fabricantes ao outsourcing de impressão
Sabemos que a sustentabilidade não é um assunto novo, ainda mais quando se trata da indústria da impressão, já que a preocupação vai desde o consumo de papel até a redução do uso de energia e o desenvolvimento de programas de reciclagem.
Então, considerando a atenção que todos os que agregam esse setor devem possuir, a Quocirca abordou 05 maneiras pelas quais podem ser executados os princípios da economia circular:
1. Incorporação de materiais reutilizados na fase de projeto
A incorporação de materiais já utilizados em novos produtos é algo que já se vê acontecendo, e um dos exemplos abordados pela Quocirca é o da Xerox, cujos produtos contêm até 5% de plástico pós-consumo.
Entende-se que os fabricantes estão projetando produtos de forma modular, com menos peças geral e consideração dada à desmontagem e reutilização no final da vida útil. Desta forma o valor de matéria-prima é retida após serem utilizadas.
2. Realização de projetos para minimizar o uso de energia, emissões, consumíveis e falhas do produto
Projetar produtos que durem mais e falhem com menos frequência é outra parte essencial da economia circular, e deixar de lado a produção de equipamentos descartáveis com facilidade.
O artigo menciona que isso pode variar entre melhorar a durabilidade em produtos a repensar completamente as abordagens tecnológicas que empregam materiais de longa vida.
Um exemplo dado foi o da Kyocera, que em 1992 introduziu tambores de impressão de cerâmica projetados para durar a vida útil do produto.
3. Utilização de big data para desenvolver inovações de serviço
É citado também como uma importante oportunidade para impulsionar a economia circular no setor a utilização dos dados gerados por dispositivos conectados inteligentes, neste caso, as multifuncionais (ou MFPs).
Eles podem fornecer relatórios sobre o status dos equipamentos e permitem a otimização em tempo real. Assim, as informações permitem insights sobre os principais indicadores de desempenho e desperdícios.
O resultado disso é o auxílio aos fornecedores para desenvolverem programas de suporte e manutenção que minimizem intervenções desnecessárias, garantir que os produtos durem mais e funcionem de forma mais eficiente.
4. Aprimoração dos serviços baseados em assinatura e auxílio dos clientes a adotar o gerenciamento de impressão em nuvem
Não comprar mais equipamentos e sim alugar é um pensamento bem difundido, que já vem sendo colocado em prática quando falamos em impressão.
No entanto, em uma pesquisa de MPS, a Quocirca descobriu que muitas empresas ainda não alcançaram as eficiências desejadas em custo, desempenho e sustentabilidade.
Assim, cabe ao fornecedor do serviço melhorar os equipamentos, gerenciamento, monitoramento e manutenção, para aumentar a satisfação do cliente e ajudá-lo a atingir as metas ambientais ao mesmo tempo.
Como exemplo temos a Ricoh, fabricante que está aproveitando a oportunidade de consultoria sustentável. Ela lançou serviços de gestão de sustentabilidade que incluem carbono balanceado, impressão, produtos energeticamente eficientes e software de gestão.
Ainda, a publicação ressalta que, ao ajudar os clientes a migrar para a nuvem, os provedores de MPS podem oferecer uma solução mais flexível ao ambiente de impressão, que suporta maior eficiência de recursos e o potencial de big data para impulsionar ainda mais as melhorias de desempenho.
5. Aumentar a facilidade de reciclagem e o valor reciclado dos componentes
Ao que tudo indica, os programas de devolução, reciclagem e reutilização em fim de vida já são uma característica comum na abordagem de economia circular dos fabricantes. No entanto, há sempre mais a fazer e oportunidades não apenas ambientais, mas também vantagens comerciais.
À medida que a tecnologia de recuperação e reutilização continua se desenvolvendo, os fabricantes precisarão incorporar esses avanços em seus programas de reciclagem para adotar ainda mais os princípios da economia circular.
A Brother Portugal também divulgou um artigo em seu blog contendo algumas outras maneiras às quais essa economia circular pode ser colocada em ação, falando sobre o que o próprio usuário pode incorporar em seus processos de impressão.
A primeira consiste em prolongar a vida da impressora, ou seja, realizar a escolha de um produto que possa ser feitas manutenções frequentes e que possuam fácil atualização, para que se evite substituir totalmente o equipamento com frequência.
Depois disso, eles indicam que os cartuchos e toners devem ser reciclados, já que muitos fornecedores dos produtos oferecem programas que realizam essa ação. No Guia de práticas ambientais para deixar seu negócio mais sustentável, trouxemos os programas de alguns fabricantes, como a HP, Xerox e Lexmark.
Por fim, é necessário que se recicle a impressora, quando ela chegar no fim de sua vida útil máxima. A prioridade deve ser para a reutilização, no entanto, quando não houver outra solução, cabe ao usuário desmontar o equipamento para reciclá-lo, já que os componentes separados podem ser reutilizados.
A impressão 3D trilha seu caminho na economia circular
Em matéria produzida pela Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, podemos ver os princípios da economia circular na prática.
Eles apresentaram o caso da empresa Sinctronics, a qual transforma carcaças de cartuchos de tinta, tampas de notebooks e outros objetos que são feitos de plástico em filamentos, que são utilizados nas impressoras 3D para produzir novos produtos.
Ainda de acordo com um estudo relatado pela revista, a recuperação de plástico poderia ser algo proveitoso economicamente para o país, já que a cada tonelada poderia acrescentar até US$ 290 na economia.
Já os resíduos de peças produzidas em 3D estão tendo um outro destino, e isso é relacionado a uma parceria da Ford com a HP. Um artigo da Mundo Circular trouxe que os materiais reciclados estão sendo utilizados para fabricar clipes de mangueira de combustível, a serem usados em um modelo de caminhões.
O portal elencou a fala da Diretora de Sustentabilidade e Impacto Social da HP, Ellen Jackowski, a qual relatou a importância da parceria entre as empresas e o envolvimento da ação com a economia circular:
“Nossa colaboração com a Ford amplia ainda mais os benefícios ambientais da impressão 3D, mostrando como estamos reunindo setores totalmente diferentes para fazer melhor uso dos materiais de fabricação usados, permitindo uma nova economia circular.”
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