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Para muitos, a primeira atitude ao acordar de manhã é olhar para o celular, e desligar o despertador que avisa que mais um dia começou. E, já que está com o aparelho na mão, cai na tentação de dar uma olhadinha nas mídias sociais. Começando assim a receber as primeiras notícias e, antes mesmo de levantar, já está inundado de informações.
Elas podem ser um vídeo engraçado que um amigo compartilhou contigo, mas também uma matéria relacionada a crise econômica e até mesmo uma fake news. No universo digital, embora você tente ajustar seu algoritmo para ver o que deseja, muitas vezes, acaba sendo exposto a alguma publicação indesejada.
Esse excesso de exposição foi chamado, pelo físico catalão Alfons Cornella nos anos 90, de infoxicação, que é uma ligação das palavras informação e intoxicação. Para ele, essa é uma condição causada pelo recebimento de dados além do que um ser humano é capaz de absorver.
A situação se tornou intensificada pela digitalização, que deu origem às formas mais atuais e comuns que você pode ser atingido, como na internet e pelo celular, e ainda precisamos lembrar das tradicionais, como o jornal, rádio, e televisão.
Com a sobrecarga de conteúdos, ocorre uma sensação de confusão, ansiedade e dificuldade em lidar com tudo o que está vendo. E, é importante ressaltar que a infoxicação não se refere apenas à quantidade, e sim à qualidade, precisão e relevância.
Sendo assim, a capacidade de selecionar e avaliar criticamente tornou-se uma habilidade essencial para navegar neste mar de dados.
Infoxicação vs. Fomo vs. Síndrome da Fadiga Informativa
É claro que, considerando a abundância de artigos produzidos para a web, essa temática faz parte de muitos deles. É quase um paradoxo – um excesso de informações falando exatamente sobre isso. E, ao realizar uma pesquisa sobre o assunto, é possível se deparar com os seguintes termos, que estão relacionados entre si: a infoxicação, o Fomo e a Síndrome da Fadiga Informativa.
Conforme apresentei a você na introdução, a infoxicação acontece quando uma pessoa é exposta a informações que vão além de sua capacidade de processamento, o que leva a uma sensação de culpa e constante desatualização, como se houvesse uma lacuna a ser preenchida.
Essa sensação é chamada de Fomo (Fear of Missing Out, em inglês), podendo ser traduzida para “medo de ficar de fora”, e se caracteriza como uma patologia psicológica, relacionada ao uso das mídias sociais.
Segundo o portal National Geographic Brasil, a expressão surgiu em 2004, e se dá por um sentimento de ansiedade, relacionado a não estar presente em situações sociais, além de se sentir solitário e inadequado por se comparar com as outras pessoas. Estando associada à insônia, baixa autoestima e sintomas depressivos em algumas pessoas.
A publicação menciona o artigo “Fear of Missing Out: um breve panorama sobre origem, fundamentação teórica e relação com a saúde mental”, o qual revela que:
“As redes sociais contribuem para uma comunicação mais fácil, compensando necessidades sociais não satisfeitas com muito menos esforço e instantaneamente. […] No entanto, essa ‘compensação social’ pode ser problemática quando evita a interação cara a cara, consequentemente, aumentando a ansiedade social.”
Paralelamente, ocorre a existência da Síndrome da Fadiga Informativa, o termo foi cunhado pelo psicólogo britânico David Lewis, em 1996, e também é conhecida como “information overload” em inglês, referindo-se a um estado de exaustão mental causada pela demasiada quantidade de informações a que uma pessoa está exposta.
E, ela pode resultar em dificuldade de concentração, diminuição da produtividade, irritabilidade e cansaço mental. Essa síndrome é geralmente associada ao uso intenso e prolongado de dispositivos eletrônicos, bem como à necessidade constante de processar muitos dados.
Os dados nunca dormem – mesmo!
Há 10 anos a Domo, empresa especializada em computação na nuvem, produz o infográfico chamado “Data Never Sleeps” (ou “Dados Nunca Dormem”, em português), e traz pontos relevantes sobre o que acontece a cada minuto na internet.
Conforme a edição publicada em 2022, a internet atingiu 63% da população mundial, representando cerca de 5 bilhões de pessoas. Desse total, 4.65 bilhões – mais de 93% – eram usuários das mídias sociais.
A pesquisa aponta que, segundo a Statista, a quantidade total de dados prevista para ser criada, capturada, copiada e consumida globalmente em 2022 foi de 97% zettabytes, um número projetado para crescer para 181 zettabytes até 2025.
De acordo com a Techtarget, um zettabyte é uma unidade de medida usada para descrever a capacidade de armazenamento de um computador ou outro dispositivo. Um zettabyte é aproximadamente igual a 1.000 exabytes ou 1 bilhão de terabytes.
Podemos verificar entre os aspectos disponíveis no material que, a cada minuto do dia:
- Usuários do Google realizam 5.9 milhões de buscas;
- Usuários do Facebook compartilham 1.7 milhões de conteúdos;
- Usuários do Instagram compartilham 66 mil fotos;
- Usuários do Twitter compartilham 347.2 mil tweets;
- Usuários do YouTube enviam 500 horas de vídeo;
- Usuários de e-mail enviam 231.4 milhões de mensagens.
Tendo em vista essa vasta quantidade de dados gerados, é quase impossível não ser exposto a pelo menos alguma parcela do que é disponibilizado online.
Cabe ao usuário estar atento e saber filtrar o que consome – você pode definir os seus objetivos, tendo clareza do que deseja ver e se concentrar em encontrar informações relevantes para essas áreas, verificar sempre as fontes e não compartilhar caso não seja confiável e estabelecer a quantidade de tempo que deseja permanecer online.
A maneira que a infoxicação repercute na vida profissional
Por fim, precisamos refletir no quanto tudo isso nos afeta como profissionais, e dentro de nossas empresas. No evento RD Summit de 2022, essa foi a temática trazida em uma palestra realizada por Juliana Tubino, que é executiva, investidora e mentora em tecnologia, a qual tive a oportunidade de assistir no evento.
Nela, foi abordado o contexto que estamos inseridos, onde há avanços tecnológicos, a pandemia do COVID, conflitos políticos e guerra, além de crises econômicas, fatores que geraram algumas mudanças no comportamento das pessoas.
Tais mudanças estão relacionadas ao mundo híbrido (lembra que já comentei aqui no blog sobre o consumidor phygital?), a necessidade de gratificação imediata e de pertencimento, e o aumento da produção e consumo de conteúdo, resultando em um maior volume de informações.
Considerando tais fatores e mudanças, a Juliana elencou alguns focos que as organizações precisam ter:
- Dados + insights (equilíbrio entre os dois): qual problema desejo resolver?
- Colaboração e ecossistema (comunidades): pensamento de geração de valor;
- Marketing protagonista: o cliente passa 5% do tempo com o vendedor e 95% do tempo se informando sozinho. Portanto, quais ideias e canais usar para influenciar a escolha;
- Voz do cliente (VOC): entender que a experiência do cliente é diferente de voz do cliente;
- Recorrência: o modelo “as a service”, com assinatura, é uma maneira de facilitar a experimentação dos clientes.
No vídeo a seguir, ela fala mais sobre o tema, com a necessidade de ter um equilíbrio entre dado e insight, e trouxe as 5 coisas que todo mundo tem que prestar atenção, às quais auxiliam a reduzir os erros dos negócios diante o contexto de mudanças enfrentado na era dos dados:
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